[RP Livre] E a Loucura?

Kanagi aproveitou este tempo que teve dentro da capsula do tempo nas plantações para meditar, pensando um pouco acerca das decisões que devia tomar. Era certo que devia entrar em contato com o Desprovido e tentar atingir aquela dimensão paralela novamente, afim de entendê-la e aprimorar sua habilidade de ir e voltar por lá. Nesses tempos estranhos que a Lua Negra age, Wakanda é o pior lugar para permanecer pelo isolacionismo.

Não precisou de muitas horas em reflexão para condenar esse tipo de postura, contraproducente e contra tudo que Kanagi acreditava.

Não era mercenário a toa. Gostava e gozava de liberdade. Mas não culpou tanto suas decisões de ficar alguns dias, afinal, havia sido jogado ali e era muito grato pelo tratamento que Akin que lhe forneceu — mas não compactuante com a forma que lidavam com uma crise que parecia atingir uma escala global. Como ato diplomático, ele deveria entender como estava se portando o País do Ferro ou o País dos Campos de Arroz. Tinha mais conhecimento do primeiro.

Pouco dinheiro. Algum mantimento. Nenhum cigarro.

— "Tá, será que a tal Loucura ainda cerca esse país insular?" — pois ele vai até o porto, conversar com os marinheiros de Wakanda.

O dia é ensolarado e quente. Mesmo com nuvens no céu tampando o sol e projetando sombras que atravessam entre os galhos e folhas das arvores de Wakanda, as sombras não bastam para alivia o calor dessa terra.

Kanagi seguiu pelo caminho indicado por Hadiya e não demorou muito a ver no horizonte o gigantesco mar azul e pouco depois o porto de Wkanda. O porto parecia estar funcionando bem, embora os recentes incidentes envolvidos na terra de Wakanda, não há rastros da loucura no lugar. Contudo os marinheiros falam entre si sobre os recentes ataques no país.

-Não se preocupe - um dos marinheiros de pele mais escura, calvo, vestindo uma regata escura, chinelo e bermuda fala para seu companheiro enquanto termina de puxar um bote para costa com ele. - Rei Akin nos protegera.

- Sim...eu sei, mas ainda tenho medo. 

-Seria burro se não tivesse. - ele responde por fim.

— "Eu só vou saber tentando. Se o Protocolo Kaeshi estiver ativo, eu posso me fuder bonito." — ele diz baixinho, quase como um lunático na multidão e investe um pouco de seu tempo para comprar alguns itens nos mercados portuários (descontando os ryous nos gastos) para lhe trazer alguma segurança. Gastou alguns recursos por esses tempos, então era ideal repor.

E comprou dois maços de cigarro. Suas juntas já doíam de tanto que estralava os dedos em ansiedade.

Era hora de botar a viola nas costas e seguir ao horizonte. Ele vai até um canto,

Vestiu-se com as roupas que o Rei e Amom haviam lhe fornecido, mas o agasalho é o antigo, mal trapilho, rasgado, mas lavadinho. Ele puxa mais e mais fumaça, olhando pro horizonte e soltando pelo nariz, sorrindo e com olhos arqueados, dando graças silenciosas pela nicotina nos seus pulmões. Era hora, talvez, de fumar seu último cigarro antes de arriscar novamente o pescoço.

— "País do Ferro, ai vou eu."

Ele pega o quadro e usa a técnica, sem receios, mas esperando pelo pior:

Spoiler:

E o que fica para trás, além das lembranças e memórias deixadas para trás do garoto de pele branca que auxiliou Wakanda em seu momento de crise foram dois belos. Nem Akin, nem Hadiya souberam como o rapaz se foi. Um singelo sentimento de tristeza permeou ao coração daqueles que conheceram o rapaz, pois sabiam que ele seria muito útil, mas não havia como prender em uma gaiola um pássaro que sempre foi livre.

Um dos quadros ficou em Wakanda a espera da volta de Kanagi, pendurado nas belas paredes do palácio do Rei. O outro, achou seu local de exibição ao ser pego como recordação física por um dos marinheiros que o achou no chão levou para sua casa e pendurou sob suas paredes. Uma eterna lembrança de Kanagi.