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O chão treme com abalos sísmicos.

De dentro da fortaleza, a Saikai percebe que algo começou a acontecer. Ou melhor, que o que esperavam iniciou.

As crianças choram e se seguram umas nas outras.

E assim começou.

Em primeira instância, quando sentiu o chão tremer a seus pés a primeira coisa que veio a sua mente era se aquilo não se tratava de algum terremoto. Seria até bom se fosse somente isso, mas seria muita inocência acreditar nisto. 

- Mas o que!? - O nara falou enquanto teve que se apoiar em uma cadeira para não cair - Todos para fora, agora! - ele gritou para que todos o ouvissem. De dois a um, se o tremor continuasse dessa maneira a base poderia cair sob sua cabeças ou alguma coisa bem pior sairia de baixo do chão. Então, aos trancos e barrancos. Shikawa seguiu para saída de sua base.

Pelo jeito a tranquilidade acabou novamente, mas, não podemos fazer muita coisa, isso é o que estávamos esperando, não?

Calma crianças fique perto da gente e vamos seguir o fluxo, o grande irmão esta aqui por vocês é melhor eu começar a acalmar elas, até porque no momento que tivermos que agir não é fácil com elas em panico, por mais que a situação esteja estranha vou tranquilizar elas com minha pose de líder, elas já sabem no subconsciente delas eu sou o ninja mais forte do grupo e podem confiar em mim

Viram. Os gigantes estão se movendo. E à distância, um arco de pedra natural acaba de ser posto abaixo.

Como vai ser a evacuação? Precisamente.

– Eles estão se movendo. - Alerta Sougo sobre as criaturas colossais, e completa a advertência das gemeas. – Temos que ir, depressa! - O Hayabusa se poe a ajudar na evacuação, entrando na base improvisada e retirando as pressas as crianças menores e mais lentas primeiro.

Espera que todos escutem e obedeçam as gêmeas, apesar de ter dúvidas sobre o aviso esotérico recebido da coruja.

Quando saem, mais gritos das crianças, porque algo dantesco vem derrubando tudo no caminho, de outra direção.



É tão vasto que obstáculos de rocha menores desmoronam. Uma nuvem de coisas menores esvoaça aos seus "pés", como maribondos ao redor de uma colmeia.

Vamos crianças não olhem para trás, foquem em mim ta bom?? Não precisam ficar com medo o grande irmão esta aqui com vocês

Se a gente sobreviver a isso talvez eu devesse entra para algum grupo de teatro, porque acho que as crianças acreditaram que esta tudo bem ~pelo menos sonho com isso~, porque a gente tem que enfrentar bichos tão grandes, mesmo dizendo pra elas não olharem para trás eu acabo olhando;

FOCO EU PRECISO DE FOCO, eu to liderando a evacuação eu preciso estabilizar a velocidade das crianças e acalmarem elas, não pode ser tão devagar, mas também não pode ser muito exaustivo.

Vamos crianças estamos indo bem, em frente, não olhem para trás

Shikawa manteve-se correndo no meio do grupo, posição já marcada como sua. Em seus braços ele carregava uma das crianças, pois por mais que odiasse esse papel de babá e gente chorona no seu cangote, ele sabia que se o grupo ficasse correndo com elas de mãos dadas só deixaria as coisas ainda mais lentas. Eu devia ter ficado também...

- Ei, pare de chorar na minha roupa!

A Saikai ignora que sua presença já é muito percebida pela Lua Negra, por dias. Um aglomerado de chakra para sensores com precisão de centenas de metros a quilômetros? Só estavam ganhando tempo, computando cálculos, reunindo forças... e algo acontece nesta rodada que eles decidem enfim investir contra eles.

Takashi é o primeiro a ver. Os demais que declararam olhar ao redor também enxergam depois. É como um enxame de gafanhotos: dezenas de adversários estão vindo da coisa gigante, e muito rápido. Não andam como pessoas, parecem ser quadrúpedes... ou algo assim.

Chegando.

O ambiente é de terra batida alternando com campina aberta e gramada, ainda úmida de orvalho, próxima a uma estrada, com poucas árvores espalhadas. Mais adiante e à direita, em um desvio do sentido que as gêmeas disseram, tem um bosque, mas as árvores parecem estar caído, percebem movimento delas e queda. À direita tem um riacho, dos que abastecem as plantações de arroz, ainda no mesmo sentido mas muito raso e com apenas alguns metros de largura neste trecho. Ou seja, estão descobertos.

Os que vêem a leva podem calcular que em dez minutos serão interceptados. Estão distantes mas correm mais rápido do que vocês, pelo menos vocês com as crianças (não podem acelerar com carga total e gasto de Stamina, elas os atrasam, carregando-as, a menos que se separem). E em dez minutos não vão chegar na fronteira, ainda levaria pelo menos o triplo disto - e em grande velocidade, no seu ritmo bem mais tempo.

Escolham bem suas ações na próxima rodada. Ainda não é combate e retomarão a ação na manhã de segunda-feira.

Deve ter mais de cinquenta oponentes. Um zumbido começa a cortar o ar, de leve.

Nem Makoto e nem Qi Wei Yi realmente pararam pra caçar algo nos arredores, se importando apenas em cumprir com a ordem de evacuação. Se é pra correr então vamos correr.

O que é aquilo tudo vindo atras da gente não achei que estaríamos com tantos inimigos. RESPIRA, eu não posso assustar as crianças agora. Quais vão ser as orientações? Algum caminho para continuar indo?

Passam-se cinco minutos (descontem 2 de Stamina para os que não carregam crianças, e 4 de Stamina para os que estão com esta carga extra), sem ação recomendada de Sougo. Ao longe, enquanto correm, vêem outra coisa aparecer (mas ainda longe), que está atacando uma cidade, o mais próximo da "capital" deste país. É o maior centro de comércio e o monstro tem corpo mais humanóide, garras e tentáculos, e ergue nuvens de destruição conforme arrasa com tudo.

Mas não é o sentido de vocês. Eles estão chegando. Passam por uma ponte e um riacho. Bem mais atrás, os inimigos farão a mesma coisa, em cavalgada.

Já conseguem ver eles com pouca nitidez mas melhor do que pontos levantando poeira. Têm carapaças e tentáculos misturados com pernas. Alguns maiores, outros menores.

Faltam cinco minutos para o contato. O ambiente muda para uma plantação de arroz, agora deserta.

"Será que vamos morrer aqui? Ceifados como trigo por essas bestas? Foda-se. Se nós vamos morrer ou não, eu vou me entregar de braços pro destino. Se existe ou não algum milagre a frente que seja capaz de nos salvar, eu confio em você, Deus, universo, ou qualquer um que esteja ai. Só peço que poupe essas crianças de mais tormento, e eu me doarei a você de sangue e alma, unhas e dentes."

Sougo, pela primeira vez em sua vida, pede ajuda à algum tipo de ser superior ou divindade. De toda forma, não acredita que vá realmente funcionar, mas quer testar suas próprias crenças antes de morrer ou pior.

O Hayabusa pensa em dar criança que carrega nas mãos de alguem, mas teme que seus aliados sejam alcançados, e mais uma criança lhes traria ainda mais dificuldade em combate. Ele coloca o moleque em suas costas, com braços do garoto em volta de seu pescoço e segurando firme as pernas dele para que não caia. – Se segure, tá bom? Um, dois e... - E dispara à frente de seus aliados, correndo o mais rápido que pode em direção à esguia possibilidade de salvação.

"Eu nunca simpatizei muito contigo, você que assiste isso tudo de uma posição privilegiada, e parece não se importar com nosso sofrimento. Mas, por favor, mostre um pouco de empatia, não permita que as coisas aconteçam desse jeito."

Spoiler: